Comunicação e seus desconfortos desenvolvimentistas

Beti Sefrin

O setor da comunicação passa por transformações profundas, pra não dizer que morreu e renasceu. Mas renasceu de um jeito muito diferente, renasceu para um mundo totalmente mudado e líquido (Zygmunt Bauman), onde nada é feito para durar, nem relações, nem produtos. As redes sociais aceleraram o ritmo das relações, começam rápido e terminam logo, sem compromisso ou culpa. Os meios de comunicação tradicionais estão na corrida da sobrevivência, na transformação, na adequação, e até alguns desaparecendo.

Não é diferente para as agências de comunicação corporativa que, na sua corrida, também se posicionam como multidisciplinares, com alguma vantagem, pois agora é a bola da vez. São empresas que sempre olharam seus clientes com uma visão holística, entendendo e analisando a empresa como um organismo com partes que interagem e, mais do que isso, buscando entender as necessidades de comunicação que são sentidas pelos clientes, para, então, sugerirem os caminhos para a solução considerando a sua cultura. Têm que ser muito criativos, pois essa qualidade também é reservada a este nicho de visão muito ampla, desde planos estratégicos, de crise, de relações com a imprensa, de eventos corporativos, produção de conteúdo, enfim, relações com todos os públicos.

Vivemos num cenário de grandes ameaças e incertezas do ponto de vista dos negócios, porém com muitas oportunidades para quem souber se posicionar para entender as demandas dos clientes, considerando que eles, os clientes, também têm doses elevadas de dúvidas. Fica apenas uma certeza a que todas as empresas, governos, ONGs, partidos políticos, artistas, celebridades, associações, sindicatos, movimentos sociais, todos, sem exceção, continuam a depender de comunicação para manter relacionamentos com seus públicos estratégicos, como sempre lembra o presidente executivo da Associação Brasileira das Agências de Comunicação Nacional (Abracom), Carlos Carvalho.

Mas com a evolução do setor de TI, com foco na comunicação a tendência é que nosso setor cada vez mais se torne uma área com profissionais consultores muito especializados na comunicação e criadores de conteúdos qualificados, extremamente ecléticos, multidisciplinares, ganhando importância estratégica nas empresas com um novo modelo de negócio, onde administrarão os fornecedores que produzem as ferramentas desenvolvidas sob medida.

A hora é de desacomodação, de ebulição permanente, nada será igual no dia seguinte, e o papel da comunicação corporativa é levar para o mercado esse desconforto e busca permanente, indicando novos caminhos e soluções.

A Abracom, entidade do setor, tem como missão nessa corrida maluca, promover e valorizar a cultura da comunicação corporativa e institucional por meio de posicionamentos éticos, excelência técnica e adoção das melhores práticas de gestão, onde constantemente propõe treinamento, busca novas oportunidades para as associadas, novos modelos de negócio, conteúdo e capacitação, desenvolve comissão de ética, comissão de RH, e mais… onde não há fronteiras.